Consumo de adubos cresce duas vezes a média mundial

via Suinocultura Industrial

Estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (FAO-OCDE) aponta que o Brasil deverá aumentar em 40% a produção agrícola até 2019, superando com grande margem países como Ucrânia (29%), Rússia (26%), China (26%), Índia (21%), Austrália (17%), Estados Unidos e Canadá (10 a 15%). Para que essa projeção se concretize, porém, o país deverá avançar no uso de insumos agrícolas.

Hoje o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes. O consumo, em 2010, foi de 24,6 milhões de toneladas, o equivalente a 6% do mercado mundial, atrás dos EUA (12%), Índia (16%) e China (30%). Esse volume ainda é baixo diante do potencial do mercado brasileiro e dos desafios que o país terá de enfrentar.

Segundo Francisco Eduardo Lápido-Loureiro, pesquisador do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) e um dos autores do livro “Fertilizantes, Agroindústria e Sustentabilidade”, cerca de 80% das propriedades produtivas brasileiras são de pequenos produtores e baseadas em agricultura familiar, que usam pouca ou nenhuma tecnologia ou fertilizantes.

“Cerca de 60% dos estabelecimentos agrários não aplicam nenhum tipo de fertilizante. Com isso, o país tem um déficit de 900 mil toneladas de fertilizantes nitrogenados, 400 mil toneladas dos fosfatados e os de potássio”, diz.

A utilização de insumos minerais, porém, é crescente: o Brasil passou de um consumo de 69 quilos por hectare em 1995 para 132 quilos em 2009. Ao mesmo tempo, os EUA caíram de 184 quilos por hectare para 114 quilos. Diante das perspectivas de crescimento da produção e do potencial de mercado a ser explorado, espera-se um aumento ainda maior na demanda por fertilizantes, cuja taxa de crescimento de 6% ao ano é o dobro da média mundial.

Aumentar a oferta brasileira de fertilizantes é fundamental para o país garantir a continuidade da expansão do seu agronegócio.

“Para atender a esta crescente demanda estão previstos, até 2015, investimentos de US$ 13 bilhões, que representam 15% de tudo o que será investido no mundo na área de fertilizantes”, informa David Roquetti Filho, diretor executivo da Associação Nacional de Difusão de Adubos (Anda).

Em termos globais há vários fatores impulsionando o crescimento da demanda por fertilizantes, que deverá ultrapassar 200 milhões de toneladas em 2015 para atender as demandas de alimentos da população, que irá atingir 7,7 bilhões de pessoas. A começar pelo potencial de terras aráveis, limitado a 0,5% ao ano até 2020.

Soma-se a isso o crescimento da população urbana, que tem padrões de dietas mais altos, e as perspectivas de aumento de consumo de grãos, que deverá atingir níveis recordes, exigindo cada vez mais aumento da produtividade devido à limitação de água potável e terras agrícolas.

Veja aqui a matéria completa no portal Suinocultura Industrial.

Tratamento de resíduos pode ser lucrativo

por Kamila Pitombeira
via Portal Dia de Campo

Alternativas para restos sólidos e efluentes de pescado podem se reverter em receita para a própria indústria.

O tratamento de resíduos sólidos e líquidos da indústria animal é uma questão importante. Isso porque envolve o meio ambiente que pode ser prejudicado caso o tratamento não seja adequado, mas também envolve a própria indústria que, ao utilizar técnicas apropriadas, pode se beneficiar financeiramente dessa etapa. As alternativas para o tratamento de resíduos sólidos e efluentes da indústria de pescado foi um dos temas da primeira reunião técnica realizada entre a Rede de Pesquisa Aquabrasil com indústrias do setor de pescado da região norte do Paraná e oeste de São Paulo, realizada no dia 20 de julho, no Campus Regional do Noroeste da Universidade Estadual de Maringá (UEM), em Diamante do Norte (PR).

Segundo Leandro Kanamaru, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, as tecnologias alternativas abordadas o evento seriam a compostagem das vísceras e carcaças de peixes, assim como a silagem e, no caso do tratamento de efluentes, um tratamento biológico para a redução da matéria orgânica desse efluente.

— Teríamos como fazer uma reutilização de todo o conteúdo orgânico grosseiro que sai da indústria e não tem aplicação imediata a fim de gerar um novo produto para reverter em receita para a própria empresa — afirma o pesquisador.

De acordo com ele, as unidades da Embrapa realizam trabalhos que viabilizam tecnologias para o aproveitamento desses resíduos e a Embrapa Pesca e Piscicultura está tentando adaptar essas tecnologias para as empresas que processam pescado.

— Seria a produção de fertilizantes orgânicos para a utilização em cultivos de mudas através da compostagem. Já a silagem serviria para a produção de um composto de utilização tanto na nutrição animal, como em outras diversas aplicações — explica Kanamaru.

Para ele, o principal benefício da técnica é o tratamento ambientalmente correto dos próprios resíduos da empresa. Ele explica que muitas delas não têm condição de viabilizar o destino correto desses resíduos. Além disso, a técnica oferece uma alternativa para a produção de um novo produto, como no caso da compostagem, por exemplo, que pode ser usada para a fabricação de um fertilizante orgânico, o que se reverteria em receita para a própria indústria.

— Fazendo um comparativo com a composteira que é feita na pecuária de corte ou em outras cadeias de produção animal, ela tem baixo custo de implantação, o que pode trazer benefícios para o produtor ou o industrialista, já que traz vantagens ambientais e de reversão de receita para a própria indústria — conta.

Já quando o assunto é a questão sanitária, Kanamaru afirma que, indiretamente haveria uma melhora na produção. Por isso, o pesquisador diz que é importante deixar claro que tanto a cadeia de produção quanto a cadeia de industrialização de produtos animais precisam estar abertas a tecnologias que envolvem o tratamento de seus resíduos sólidos e líquidos.

Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Pesca e Aquicultura através do número (63) 3218-2933.