Tratamento de resíduos pode ser lucrativo

por Kamila Pitombeira
via Portal Dia de Campo

Alternativas para restos sólidos e efluentes de pescado podem se reverter em receita para a própria indústria.

O tratamento de resíduos sólidos e líquidos da indústria animal é uma questão importante. Isso porque envolve o meio ambiente que pode ser prejudicado caso o tratamento não seja adequado, mas também envolve a própria indústria que, ao utilizar técnicas apropriadas, pode se beneficiar financeiramente dessa etapa. As alternativas para o tratamento de resíduos sólidos e efluentes da indústria de pescado foi um dos temas da primeira reunião técnica realizada entre a Rede de Pesquisa Aquabrasil com indústrias do setor de pescado da região norte do Paraná e oeste de São Paulo, realizada no dia 20 de julho, no Campus Regional do Noroeste da Universidade Estadual de Maringá (UEM), em Diamante do Norte (PR).

Segundo Leandro Kanamaru, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, as tecnologias alternativas abordadas o evento seriam a compostagem das vísceras e carcaças de peixes, assim como a silagem e, no caso do tratamento de efluentes, um tratamento biológico para a redução da matéria orgânica desse efluente.

— Teríamos como fazer uma reutilização de todo o conteúdo orgânico grosseiro que sai da indústria e não tem aplicação imediata a fim de gerar um novo produto para reverter em receita para a própria empresa — afirma o pesquisador.

De acordo com ele, as unidades da Embrapa realizam trabalhos que viabilizam tecnologias para o aproveitamento desses resíduos e a Embrapa Pesca e Piscicultura está tentando adaptar essas tecnologias para as empresas que processam pescado.

— Seria a produção de fertilizantes orgânicos para a utilização em cultivos de mudas através da compostagem. Já a silagem serviria para a produção de um composto de utilização tanto na nutrição animal, como em outras diversas aplicações — explica Kanamaru.

Para ele, o principal benefício da técnica é o tratamento ambientalmente correto dos próprios resíduos da empresa. Ele explica que muitas delas não têm condição de viabilizar o destino correto desses resíduos. Além disso, a técnica oferece uma alternativa para a produção de um novo produto, como no caso da compostagem, por exemplo, que pode ser usada para a fabricação de um fertilizante orgânico, o que se reverteria em receita para a própria indústria.

— Fazendo um comparativo com a composteira que é feita na pecuária de corte ou em outras cadeias de produção animal, ela tem baixo custo de implantação, o que pode trazer benefícios para o produtor ou o industrialista, já que traz vantagens ambientais e de reversão de receita para a própria indústria — conta.

Já quando o assunto é a questão sanitária, Kanamaru afirma que, indiretamente haveria uma melhora na produção. Por isso, o pesquisador diz que é importante deixar claro que tanto a cadeia de produção quanto a cadeia de industrialização de produtos animais precisam estar abertas a tecnologias que envolvem o tratamento de seus resíduos sólidos e líquidos.

Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Pesca e Aquicultura através do número (63) 3218-2933.